No entanto, Imea e Acrimat pontuam que ganhos de produtividade, em razão, dos avanços tecnológicos da pecuária garantirão o abastecimento de carne
O abate de fêmeas de Mato Grosso está crescendo este ano e, a depender do volume total, pode quebrar o ciclo de quatro anos consecutivos de crescimento do rebanho comercial de bovinos do Estado, o maior do País. Porém, a maior uso de tecnologia na produção assegurará oferta de animais para o abate e, consequentemente, de carne, diz a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), com base em levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Conforme o estudo, de 2010 para 2011, o abate de fêmeas em Mato Grosso cresceu 46,8%, passando de 1,4 milhão de cabeças para 2,1 milhões de cabeças, com representatividade de 44,6% do rebanho total abatido. Até o mês de abril deste ano, o aumento do abate de fêmeas já é maior que no mesmo período de 2011, de 19%, e corresponde a 50,2% do total de gado abatido. Para o diretor da Acrimat, Mauricio Campiolo, essa tendência continuará e o abate de fêmeas no Estado crescerá em 2012 acima de 20%.
Caso o resultado se confirme, a Acrimat e o Imea calculam que o rebanho mato-grossense pode sofrer uma redução de 2%, para um plantel bovino de 28,60 milhões de cabeças, número próximo ao de 2010, que era de 28,77 milhões de cabeças. Mas se a variação ficar abaixo dos 20%, ou mais precisamente 18,4%, provocaria um aumento no rebanho de 0,1%, subindo das atuais 29,18 milhões de cabeças para 29,20 milhões.
“Essa redução do rebanho não representa menor oferta futura de carne, em razão do aumento dos índices de produtividade, e também não acreditamos no aumento do preço da carne para o consumidor já que a oferta de boi gordo vai continuar”, analisa Campiolo em nota. Segundo ele, a pecuária brasileira esta passando por uma transição, saindo da produção tradicional, com os ciclos bem definidos, para novas fórmulas. Entre as citadas pelo especialista, estão o confinamento, a suplementação alimentar e a integração lavoura pecuária.
“Mas ainda não podemos avaliar o impacto que terão na produção da proteína vermelha. Vamos ter que esperar mais um pouco para mensurarmos os impactos na produção desse novo momento do setor”, completa o diretor da Acrimat.
Seca
O aumento do abate de fêmeas em Mato Grosso ainda é reflexo da forte estiagem de 2010, que degradou os pastos do Estado, e do ataque de pragas em 2011. “Sem alimento para o gado, o produtor tem que descartar as fêmeas, diminui a produção de bezerros e os reflexos sempre chegam”, diz o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.
Fonte: Agência Estado
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