quarta-feira, 23 de maio de 2012

Arroz valoriza 2% em maio, mas avanço de preços enfraquece



Depois de avançar 6% em abril, preços reduzem a velocidade de alta à espera dos mecanismos do governo federal e por causa do “milagre da multiplicação dos estoques” ainda não explicado pela Conab

Os preços do arroz em casca seguem em alta no Rio Grande do Sul, mas a trajetória de alta perdeu força diante do desempenho de abril, quando a saca de 50 quilos (58x10) foi valorizada em 6%. Segundo o indicador de preços do arroz em casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&F-Bovespa, na última terça-feira (22/5), o preço médio alcançou R$ 28,28, com alta de 2,06% acumulada em maio. O valor correspondeu a US$ 13,59, em função da valorização do dólar sobre o Real, o que está estabelecendo novos parâmetros de vendas internacionais para o grão brasileiro e assegurando um fôlego nas tratativas.

Na última semana notou-se uma oferta ainda mais restrita por parte dos arrozeiros, que aguardam uma definição das ações do governo, mas a comercialização foi maior na Zona Sul, com produtores buscando fazer caixa para cumprir com seus compromissos. Enquanto isso, as indústrias da Campanha e da Fronteira Oeste mostraram-se mais cautelosas e menos interessadas em disputar o produto no mercado a base de melhores cotações.

A reação dos preços perdeu força basicamente por dois fatores diretamente relacionados ao governo federal. Em primeiro lugar, o já relatado “milagre da multiplicação dos estoques” patrocinado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu levantamento de safra divulgado em maio, que até o momento não tiveram maiores explicações para a cadeia produtiva. A Companhia não só alterou os estoques atuais, como mexeu nos resultados de safra já consolidados pelo menos nas últimas quatro safras, o que vem afetando a credibilidade dos critérios de avaliação da safra de arroz no Brasil. 

Pelos números, que agregaram mais 900 mil toneladas ao estoque de passagem 2011/12 e que somaram um acréscimo de mais de 2 milhões de toneladas extras nos últimos anos, tem-se a impressão de que trata-se de um jogo de números alterados ao bel prazer de que os opera, e não seguem critérios técnicos, mas apenas os “ventos” do mercado ou do interesse governamental. Efetivamente, este poderia ser um fator baixista e que está retardando uma valorização maior do grão.

A outra interferência do governo federal, não é uma ação, mas uma omissão. Os mecanismos de apoio à comercialização ainda não operam (apesar de um cronograma ter sido divulgado com operações em abril) no mercado porque uma trapalhada dos ministérios prevê os valores dos contratos de opção públicas em dezembro deste ano, portanto daqui há sete meses, em R$ 27,50 por saca de 50 quilos (58x10) em casca. O valor de referência no final do ano, portanto, é menor do que o praticado em boa parte das praças gaúchas atualmente. 

Apesar da garantia do MAPA de que esse impasse será solucionado, a cadeia produtiva já lê essa informação como atraso e o produtor já sente-se abandonado em um momento crucial de comercialização. As entidades setoriais estão buscando de todas as formas que o MAPA libere imediatamente os contratos já com valores atualizados em até R$ 32,00 por saca. Mas, a trapalhada já está feita e não há previsão de quando será desfeita. E todos nós sabemos mais uma vez de quem será o prejuízo!

Enquanto isso, o mercado livre gaúcho remunera o arroz em casca (50kg – 58x10) em média de 27,50, com cotações de até R$ 29,00 nos polos de beneficiamento próximos ao Porto de Rio Grande (Camaquã e Pelotas), para o produto colocado na indústria, e de até R$ 33,50 para o grão das variedades nobres (Irga 417 e BR Irga 409). 

TRIBUTOS E CÂMBIO

Por hora, a valorização do dólar e uma pequena alta nos preços internacionais estão garantindo o mercado firme, bem como, e fundamentalmente, a baixa oferta interna de produto. A aprovação da MP 556/11 trará novidades ao setor, como a continuidade do programa de doações humanitárias, que deverá somar 500 mil toneladas do grão, a incidência de PIS/Pasep e Cofins (9,25%) sobre o arroz beneficiado importado (que poderá ser retroativo a janeiro) e isenção de tributos nos equipamentos de irrigação. Essas medidas reduzem as assimetrias do Mercosul, mas valem também para produtos de terceiros mercados, como grãos especiais.

INTERNACIONAL

A imprensa especializada divulgou esta semana que os preços internacionais voltaram a subir nos últimos 15 dias, mantendo uma trajetória de preços firmes já vista em abril. Entre fevereiro e maio de 2012, os preços do Thai 100%B já subiram 13%, cotados na última quinta-feira a US$ 615,00 a tonelada (FOB). No Vietnã, os preços subiram 3% em 30 dias. Apesar de disputarem mercados diferentes com o Brasil, são dois países que lideram as exportações mundiais e afetam sobremaneira o mercado internacional. A vantagem brasileira está no câmbio, neste momento. Embora os preços sigam subindo em Real, em dólar estão mais baixos.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica estabilidade de preços médios de R$ 56,00 para a saca de arroz beneficiado de 60 quilos. A saca de arroz em casca de 50 quilos retraiu para R$ 27,80 no Rio Grande do Sul, depois de ter alcançado R$ 28,00 há uma semana. Entre os derivados, estabilidade no canjicão, com média de R$ 34,80 por saca de 60 quilos, e valorização da quirera, que passou de R$ 28,00 para R$ 29,00 de média. O farelo de arroz manteve-se em R$ 295,00 a tonelada FOB/RS.

Fonte: Planeta Arroz
Para maiores informações visite: www.agrolink.com.br

Trabalhadores de usinas de cana-de-açúcar em São Paulo entram em greve



Motivo da paralisação é o fato de, na terceira rodada de negociações com sindicatos filiados, a indústria não ter oferecido aumento real de salário

Trabalhadores das usinas paulistas de cana-de-açúcar entraram em estado de greve nesta terça, dia 22, após reunião com sindicatos filiados, a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo (Fetiasp) e usineiros.

Em nota, a Fetiasp afirma que o motivo da paralisação é o fato de, na terceira rodada de negociações, a indústria não ter oferecido aumento real. O reajuste proposto teria sido de 4,50%, enquanto a inflação alcançou 4,88%, conforme o comunicado.

De acordo com o presidente do sindicato da categoria em Catanduva, João Agostinho, "o segmento sucroalcooleiro está em evidente expansão e os trabalhadores querem participar desse crescimento, buscando melhores salários".

O presidente da Fetiasp, Melquíades de Araújo, recomendou aos sindicatos que façam manifestações e assembleias nas portas das usinas. Em 29 de maio, às 14 horas, a categoria deve realizar nova assembleia na Fetiasp para decidir se iniciará uma paralisação.

Fonte: Agência Estado
Para maiores informações visite: www.ruralbr.com.br

Governo confirma que estuda juros menores no Plano Safra 2012/2013



O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, confirmou nesta terça-feira, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2012 e 2013, que juros menores para financiamento do setor estão entre os pontos trabalhados pela Pasta para o Plano de Safra 2012/2013.

Ao enfatizar que o fortalecimento da classe média rural é uma das preocupações do governo no ciclo que começa em 1º de julho, Rocha lembrou que os médios produtores pagam juros de 6,25% no financiamento, apenas 0,50 ponto porcentual abaixo dos grandes (6,75%), ante 2% aplicados aos pequenos produtores. Para ele, essa diferença entre o pequeno e o médio agricultor pode ser reduzida.

O secretário, no entanto, foi evasivo quanto a um possível aumento dos recursos, que no Plano Safra 2011/2012 totalizaram R$ 107,2 bilhões para a agricultura empresarial, 7,2% acima do liberado em 2010/2011. “Isso é o que todos querem saber”, afirmou. Rocha apenas disse que o Plano deve ser anunciado em junho, em data a ser acertada com a presidente Dilma Rousseff. “Vai depender da agenda dela.” Quanto ao local da divulgação, Rocha disse que, se prevalecer a opinião do Ministério da Agricultura, o anúncio será feito em Brasília.

Rocha disse ainda que, além de fortalecer o médio produtor, o Ministério da Agricultura pretende aumentar gradativamente a subvenção econômica aos prêmios do seguro agrícola. Hoje, apenas 5% da área cultivada é subvencionada. Se considerado também o Proagro, a subvenção atinge 17% das lavouras. Em 2011/2012 foram liberados R$ 273 milhões para o seguro agrícola, pouco acima dos R$ 253 milhões de 2010/2011. Para 2012/2013, a intenção é chegar a R$ 600 milhões.

Para maiores informações visite: www.portaldoagronegocio.com.br

Aumento da oferta de leite mundial reflete no preço do leite em pó



Tanto os preços no leilão gDT quanto os preços apontados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) tem apresentado quedas consecutivas desde o início do ano, como pode ser visto no gráfico 1.

Gráfico 1: Histórico de preços de leite em pó integral segundo leilão gDT e USDA

Segundo o relatório quinzenal do USDA, a produção de leite europeia está se aproximando mais cedo que o habital do pico de produção na maioria das regiões. Embora os termômetros tenham marcado baixas temperaturas, o crescimento das gramíneas não foi comprometido. O reflexo dessa condição foi percebido com o maior volume de leite e agora as fábricas estão trabalhando com capacidade máxima. Os estoques de produtos lácteos fabricados na Europa estão altos, mas os fabricantes não estão tão preocupados, pois as vendas estão fluindo, ainda que de forma lenta.

Em relação à Oceania, o USDA notificou que a produção de leite continua mais forte que a previsão para essa época. A Nova Zelândia e Austrália estão terminando o ano de produção de forma muito positiva. Na Nova Zelândia, a produção de leite está 9 - 10% maior que o mesmo período no ano passado e na Austrália está 4 - 5% maior (de junho de um ano a maio do seguinte). Volumes de leite no final dessa estação foram estocados e volumes adicionais estão sendo ofertados no comércio global de lácteos (leilão gDT). A maioria dos produtores de leite reportou que as pastagens estavam apresentando bom desempenho, com reflexo positivo na produção de leite. E garante que o rebanho está indo para o inverno em condições muito boas.. Entretando, algumas indústrias de laticínios australianas estão projetando que em 2012 a produção será 4% mais baixo. Temem que as temperaturas mais baixas possam retardar o crescimento das pastagens, e assim, reduzir a qualidade e quantidade da alimentação do gado. 

Além da maior oferta nos países exportadores, que já tendenciavam os preços internacionais de lácteos para baixo, há agora também reflexo em decorrência do clima de instabilidade no cenário externo. 

Competividade brasileira e cenário futuro de curto prazo

A dinâmica entre o Real e os preços internacionais acontece da seguinte maneira no que se refere a balança comercial de lácteos: se os preços sobem e/ou o dólar se valoriza em relação ao real, melhora nossa competitividade; por outro lado, se os preços no mercado internacional se reduzem e/ou o real se valoriza frente ao dólar, perdemos competitividade. Nesses últimos dias, as duas variáveis trabalharam de forma oposta: os preços caíram, mas o real se desvalorizou, não alterando significativamente nossa posição competitiva: os ganhos decorrentes da desvalorização do real foram anulados pela redução nos valores do leite em pó.

A tabela 1 simula o preço de entrada do leite em pó integral proveniente do Mercosul, considerando o novo patamar de câmbio e o valor da tonelada do leilão gDT de 15/05. Considerando o frete de entrada, o leite em pó chegaria ao Brasil a valores próximos a R$ 0,67/litro mantendo o descolamento de preços frente ao valor brasileiro, que hoje em média vale R$ 0,86/litro.

A redução nos preços internacionais do leite em pó deve resultar em desestímulo à produção e aumento do consumo no médio prazo, já que várias moedas, entre elas o Yuan chinês, não sofreram desvalorização. Isso quer dizer que o poder de compra da China, principal importador mundial, aumenta à medida que os preços do leite em pó caem e sua moeda não desvaloriza na mesma proporção (como foi o caso brasileiro, Tabela 2). Há, no entanto, um período de tempo até que esse fenômeno atinja o mercado, de forma que os preços podem permanecer baixos no mercado externo por alguns meses.

Tabela 1: Comportamento das moedas: dias atuais versus janeiro de 2012.

Tabela 2: preço aproximado do litro de leite que entra no Brasil do Mercosul, em R$ (Fonte: MilkPoint, a partir de dados do gDT, Cepea/USP)

Para maiores informações visite: www.milkpoint.com.br

Produtor mineiro deve buscar crédito superior a R$ 7 bi



No período de julho de 2011 a abril de 2012, os produtores mineiros buscaram R$ 6,2 bilhões da linha de crédito criada no Banco do Brasil mediante acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) para os investimentos nesta safra. O valor é 22% maior que o registrado em idêntico período da safra anterior, e a previsão é de que a demanda total vai superior os R$ 7 bilhões definidos no acordo. 

A estimativa é de Alceste Fernando Lima, da Superintendência de Política e Economia Agrícola, e do gerente de Agronegócios do Banco do Brasil, Sinvaldo Vieira dos Santos. Eles explicam que uma adesão superior a R$ 1 bilhão nos dois meses restantes da safra é possível porque, nesta etapa, as liberações de crédito sempre se aceleram. Segundo o gerente, o momento é favorável à busca do crédito bancário para as atividades agrícolas e pecuárias, inclusive na área de suporte à comercialização e aquisição de máquinas e equipamentos.   

Empresarial e familiar

O cálculo do volume de recursos liberados para os produtores mineiros, nos dez meses analisados, envolve 120 mil contratos. Para as atividades da agricultura empresarial, os contratos firmados até abril somam R$ 4,8 bilhões, enquanto a agricultura familiar foi atendida com R$ 1,4 bilhão.

“Em ambos os casos, os maiores volumes de recursos se destinam ao custeio, sendo R$ 2,9 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 735 milhões para a agricultura familiar”, informa o assessor da Seapa.

Lima avalia que o montante do crédito aplicado na agricultura e pecuária de Minas, nos dez meses analisados, equivale a 16,2% do total liberado no país em idêntico período. O Sul de Minas lidera o ranking das regiões que registram as maiores somas de crédito contratadas para as atividades agropecuárias no Estado, respondendo por 27,1% do total liberado. Em segundo lugar vem o Alto Paranaíba, com 16,1% do valor total contratado no Estado. E o Triângulo responde por 10,8%.  

De acordo com o assessor, os produtores buscam um maior volume de crédito principalmente para ter condições de investir em insumos e tecnologia que ajudem a melhorar a produtividade das lavouras. “O objetivo é obter grandes safras para atender à crescente demanda interna e ainda exportar com margens de lucro como em 2011, que foi um período de vendas recordes para o agronegócio mineiro no mercado mundial”, finaliza.

Crédito contratado/MG
Período: julho 2011/abril2012
Aplicados: R$ 6,2 bilhões (+22%)
Participação de 16,2% no total nacional

Destinações:
Agricultura empresarial: R$ 4,8 bilhões
Agricultura familiar: R$ 1,4 bilhão

Fonte: Sec. Agricultura - MG
Para maiores informações visite: www.noticiasagricolas.com.br

Semana começou com especulação e poucos negócios no mercado do frango



O cenário já era esperado, devido à época do mês e início de semana

O mercado do frango vivo iniciou a semana muito especulado e sem alterações de preços. As vendas ocorreram em ritmo lento, cenário típico de segunda-feira, quando os frigoríficos estão avaliando as negociações do final da semana anterior, a fim de evitar os estoques, e da segunda quinzena do mês, quando o consumidor está menos capitalizado.

No interior de São Paulo, o frango vivo é negociado em média, a R$ 1,70 por quilo. Este preço é o mesmo praticado desde a última semana de abril. Cotação inalterada também em Minas Gerais, onde o avicultor recebe R$ 1,80 por quilo.

Movimentação lenta também do atacado, com volume fraco de negócios. Em resposta à lentidão da demanda, houve recuo do preço base e o frango resfriado é negociado, em média, a R$2,70 por quilo no interior de São Paulo. No início da semana passada o frango resfriado estava cotado em R$2,82 por quilo. O mercado tende a permanecer especulado e recuos não estão descartados.

Fonte: Scot Consultoria
Para maiores informações visite: revistagloborural.globo.com