terça-feira, 5 de junho de 2012

Sobram recursos para o setor da cana



Linhas de crédito para canaviais estão sobrando. Governo promete dar destino ao dinheiro ainda este mês

Enquanto o governo discute um novo pacote para estimular a retomada do crescimento do segmento sucroalcooleiro, medidas lançadas há cinco meses continuam inócuas. Anunciado em janeiro, o programa Prorenova, que pretende destinar este ano R$ 4 bilhões para o plantio de canaviais, ainda não se traduziu na liberação de nenhum centavo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garante, porém, que isso vai acontecer a partir deste mês.

Até agora, o banco de fomento tem na carteira do programa R$ 1,080 bilhão, distribuídos em operações de 19 empresas diferentes, a maior parte de grande e médio portes. Aprovados mesmo, são R$ 230 milhões - quase tudo para o grupo Santa Terezinha, do Paraná, que terá R$ 226,2 milhões. Outros R$ 95 milhões estão em análise e mais R$ 210 milhões estão ou em consulta ou "enquadrados" nos critérios definidos pelo banco. Há ainda R$ 550 milhões em operações prospectadas, mas que ainda não foram protocoladas oficialmente na instituição.

A dificuldade das usinas de entregar todos os documentos ambientais exigidos está no centro do rol de motivos que explica a demora do programa em deslanchar, apesar da grande necessidade do segmento por crédito para recuperar seus canaviais - afetados por anos de baixos investimentos e sucessivos problemas climáticos.

O acesso pode estar sendo ainda mais dificultado pela cobrança de spreads elevados pelos bancos repassadores, segundo o chefe do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, Carlos Eduardo Cavalcanti. "Usinas reclamaram desse custo. Mas acredito que agora está havendo convergência desse spread, pois a demanda pelo programa aumentou significativamente em maio", disse Cavalcanti. Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) preferiu não comentar.

O presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que o custo do Prorenova sempre foi considerado elevado, desde o anúncio da linha, em janeiro. Mas a atratividade diminuiu mais na medida em que taxa Selic foi sendo reduzida. "É possível que algumas usinas, que têm condições de captar dinheiro mais barato, busquem crédito fora do Prorenova. Outras, não terão outra saída", explica Rodrigues.

A procura ainda fraca também se explica, em parte, pela restrição de acesso ao crédito por empresas controladas por capital estrangeiro, que hoje respondem por 30% da moagem de cana do Centro-Sul. "Mas essas empresas não estão deixando de investir em canaviais. Estão buscando, no entanto, outras fontes de recursos", explica Rodrigues.

A linha para renovação de canaviais sai do BNDES a um custo de 8,8% ao ano, prazo de amortização de 72 meses, sendo 18 de carência. Os bancos repassadores ainda cobram taxa de spread, que depende da negociação com o cliente. Com endividamento total de R$ 42 bilhões - equivalente a seu Produto Interno Bruto (PIB) - o setor sucroalcooleiro teve seu risco de crédito elevado nos últimos meses. "Esses spreads mais altos podem estar refletindo esse risco", avalia Cavalcanti.

Apesar disso, ele defende que o programa é atrativo até mesmo diante das taxas atuais do mercado. Além disso, em maio algumas exigências de documentação foram flexibilizadas, mediante compromisso por parte das usinas de cumprimento progressivo das exigências ao longo do contrato.

Cavalcanti conta que o banco exigia que a propriedade que fosse objeto do recurso fosse totalmente georreferenciada. Devido à dificuldade de atendimento dessa exigência, o BNDES passou a solicitar que apenas um ponto da propriedade fosse georreferenciado para identificar se a propriedade está em área permitida pelo zoneamento agroecológico da cana.

O banco também estabelecia inicialmente que as usinas tivessem o cadastro de todos os seus fornecedores de cana para acessar o recurso. Agora, passou a permitir que esse cadastro seja construído e atualizado durante o período de duração do contrato com o banco. "Foi uma forma de o BNDES tornar o financiamento possível a partir da adoção progressiva de boas práticas ambientais pelo setor", disse Cavalcanti.

Ele acredita que, apesar dos percalços, o programa terá êxito e o banco conseguirá liberar os R$ 4 bilhões previstos para este ano. "Se a demanda avançar, teremos mais chances de criar um novo programa para o ano que vem", afirmou.

Fonte: Valor Online
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Starbucks compra padarias La Boulange para diversificar produtos



A rede de cafeterias norte-americana Starbucks anunciou nesta segunda-feira a compra da empresa Bay Bread e da marca de padarias La Boulange Bakery do grupo de investimentos Next World Group, por US$ 100 milhões à vista. O movimento busca fortalecer os negócios da Starbucks no varejo e expandir a variedade de alimentos oferecidos nos Estados Unidos. A expectativa é de que a aquisição dilua o lucro em 2,0 cents por ação no segundo semestre.

Segundo a Starbucks, os alimentos são parte essencial de seus negócios e são um segmento com grande oportunidade de crescimento, especialmente para as lojas franqueadas. A La Boulange possui 19 lojas na baía de São Francisco, nos EUA, e também vende doces e salgados em diversos restaurantes, hotéis e mercados especializados. "Depois de mais de 40 anos, podemos dizer que somos padeiros também", comentou o presidente da Starbucks, Howard Schultz. A Starbucks, que foi criada em 1971, deve contratar o padeiro francês Pascal Rigo. 

Fonte: Agência Estado
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Ruralistas vão propor área de preservação mundial na Rio+20



A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), líder dos ruralistas no Senado, afirmou que lançará, na Rio+20, uma proposta de criação de um conceito mundial de APP (Área de Preservação Permanente) nas margens dos rios 

A ideia é que as APPs, que servem para proteger as matas ciliares, sejam incorporadas por produtores rurais de todo o mundo.

Segundo Abreu, durante a Rio+20 será realizado um debate com cientistas para definir o conceito da “APP mundial”. Entre eles, especialistas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), da Agência Nacional de Águas e pesquisadores internacionais.

“As pessoas discutem questões relacionadas ao acesso à água, mas ninguém debate a necessidade de preservação das fontes da água. Sobre esse tema, a ideia é debater o conceito e não a questão das metragens”, disse a senadora, que é presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Mas as APPs, que funcionam como um mecanismo de proteção natural contra erosão nas margens dos rios, não são consenso nem no Brasil. O tema é uma das maiores fontes de discordância nas discussões da reforma do Código Florestal.

A presidente Dilma Rousseff vetou o texto do Código que limitava a recomposição das matas às margens dos rios a 15 metros. A Medida Provisória editada para suprir os vetos propõe que as áreas a serem recuperadas nas margens de rios sejam de 5 metros (pequenas propriedades) até 100 metros, nas maiores fazendas.

Segundo Kátia Abreu, a bancada ruralista vai propor que a metragem de mata ciliar a ser recomposta com vegetação nativa seja definida pelos Estados individualmente.

“Por que não mandar para os estados a análise da margem de rios? Existe um preconceito para resolver isso por medo de que os estados desmatem, e temos que lutar contra isso”, disse a senadora.

Vitrine - Com um stand de 1.900 metros quadrados no Píer Mauá, um dos espaços que o governo disponibilizou para eventos paralelos à Rio+20, as entidades ligadas ao agronegócio pretendem mostrar aos visitantes as ações de sustentabilidade do setor.

O espaço, batizado de AgroBrasil, desenvolvido pela CNA e a Embrapa, será uma “vitrine” para as tecnologias que podem ser usadas pelos produtores rurais do país, em cada um dos principais biomas brasileiros.

Também na Rio+20, a entidade pretende pleitear uma política de “governança climática” que garanta a comercialização de créditos de carbono oriundos da atividade rural. “Queremos fazer do aquecimento global uma oportunidade de negócio. Quando tudo isso se transformar em ativo, a preservação ambiental será voluntária”, disse Abreu.

Fonte: Folha.com
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Produção de milho é destaque nesta safra



Os estudos do nono levantamento de grãos 2011/2012, realizado pela Conab e anunciado nesta terça-feira (5), indicam um crescimento de 53,1% na produção do milho segunda safra, o equivalente a 11,42 milhões de toneladas. Considerando as condições climáticas favoráveis e o fato de a colheita já ter se iniciado nos principais estados, acredita-se que a produção desta cultura, no próximo levantamento, seja ainda superior à previsão atual. A produção total de milho (1ª e 2ª safras) é estimada em 67,79 milhões de toneladas, que nesta safra supera a de soja, com 66,37 milhões de t.

Com relação à produção total de grãos, o estudo aponta para uma quantidade de 161,23 milhões de toneladas, 1 % inferior à obtida na safra 2010/11, quando atingiu 162,80 milhões de t. Esse resultado representa uma redução de 1,57 milhão de t. A maior redução é observada na soja (- 8,96 milhões de t) e no arroz (- 1,98 milhão de t). O recuo se deve, principalmente, às condições climáticas não favoráveis, principalmente no período entre 15 de novembro/2011 e 15 de janeiro/2012, que afetaram mais as lavouras de milho e de soja, sobretudo nos estados da região Sul, parte da Sudeste e no sudoeste de Mato Grosso do Sul. Outro motivo desta diminuição foi a forte estiagem nos estados nordestinos, que causou perdas em todas as culturas.

Na região nordeste, sobretudo no semiárido, a estiagem castigou a produção em geral, com queda de 20,2 % em relação à safra passada, ou seja, 3,2 milhões de t de produtos, basicamente de milho e feijão. Quanto ao semiárido especificamente, as perdas foram superiores a 80%. No Rio Grande do Norte, a redução ficou em 89,6% para o feijão e 91.9% para o milho e, no Ceará, 84,7%  e 87%, respectivamente.

Área

De acordo com o estudo, a área cultivada do milho segunda safra cresceu 22,0 %, ou 1,3 milhão de ha. Em seguida vem a soja, com ganho de 3,5% (856,5 mil ha). Já as culturas de arroz e feijão continuaram apresentando redução na área. O feijão, em função de problemas na comercialização, dificuldades climáticas na região Nordeste e dos preços baixos durante o estabelecimento da primeira safra. O arroz, pela falta de água nos reservatórios, aumento no custo de produção e preços pouco atrativos.

A estimativa total de área plantada é de 51,05 milhões de hectares, 2,4% maior que a cultivada na safra 2010/11, de 49,87 milhões de ha. Isto representa um aumento de 1,17 milhão de ha. 

Fonte: Conab
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Desigualdades condicionam segurança alimentar nas Américas



Maior investimento agrícola, incentivos à pesquisa e transferência de tecnologia e fortalecimento da agricultura familiar são algumas das recomendações do IICA à OEA para aumentar o apoio da agricultura para a segurança alimentar regional 

Nas últimas duas décadas, a produção alimentar em geral aumentou nas Américas, embora o crescimento tenha sido diferente nas regiões e países importadores ou exportadores. 

Entre 1990 e 2010, as regiões Andina, Sul e Central mostraram aumento na produção, sendo o Caribe que menos cresceu, devido a baixa produção de hortaliças e estagnação da produção de grão.

Os dados são do informe Situação da segurança alimentar nas Américas , assinado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) por solicitação da Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O documento facilitará os debates sobre segurança alimentar dos países, durante a XLII Assembléia Geral da OEA, prevista para acontecer esta semana em Cochabamba, Bolívia.

Paralelamente ao aumento na produção de alimentos, nas Américas também se identificou um aumento nas importações e na dependência dos mercados internacionais, a um ritmo maior que o crescimento da produção.

De acordo com especialistas do IICA, “os riscos dessa situação são variáveis, pois como as regiões Norte e Sul têm praticamente assegurada a disponibilidade de alimentos para sua população, os demais grupos de países e sobretudo o Caribe apresentam alta dependência das importações”

O Informe recomenda aumentar o investimento agrícola, estimular a pesquisa, extensão e transferência de tecnologia, fortalecer a agricultura familiar e de pequena escala e melhorar o acesso de pequenos e médios produtores aos mercados.

“Consideramos que é chave respaldar a agricultura familiar e a de pequena e média escala, por sua participação na produção de alimentos e por gerar emprego, aumenta as rendas rurais e ajuda a combater a pobreza”, destacou o Diretor Geral do IICA, Víctor M. Villalobos.

Há riscos

No período de 1990-2010, a América Latina e o Caribe (ALC) mostrou uma melhoria sustentada do Índice Geral da Fome, medido pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IFPRI, sigla em inglês).

Em geral, a maioria dos países está na situação de baixa ou moderada insegurança alimentar; no caso de países como Bolívia, Guatemala, Nicarágua, República Dominicana, Equador e Panamá apresentaram países demandantes de atenção; e em estado crítico fica o Haiti.

Segundo suas Reservas Monetárias Internacionais (RMI) as regiões importadoras de alimento na América Latina e Caribe têm hoje capacidade para financiar suas importações (em geral, as RMI cobrem entre 43 e 98 meses de importação, sendo 12 meses o mínimo recomendado), embora o Haiti, Santa Lucia, a República Dominicana e a Nicarágua teriam, com eventualidades, pouca liquidez para adquirir alimentos em mercados internacionais.

No Caribe, as importações de alimentos representam entre 2% e 10% do produto interno bruto (PIB), por isso esta é a região mais vulnerável do continente em termos de acesso internacional para esses produtos.

Além destes elementos, o acesso individual (consumo de alimentos por pessoa) também é influenciado por fatores como pobreza, desigualdade na distribuição de renda e processos de inflação na América Latina e Caribe.

Dietas pouco saudáveis, com níveis crescentes de obesidade e os desafios no acesso à água potável e saneamento, bem como serviços médicos e sistemas de saúde e segurança alimentar, são adicionados às questões que a ALC deveria ser reforçada para atingir a segurança alimentar.

Alcançar esse objetivo depende também das estratégias que os países do hemisfério desenvolvem na busca por mitigar e adaptar a agricultura às mudanças climáticas, que em médio e longo prazo ameaçam a disponibilidade de alimentos para a população.

Estratégias integrais

Dados os desafios descritos no relatório técnico e de acordo com o seu objetivo estratégico de melhorar a contribuição da agricultura para a segurança alimentar hemisférica, o IICA promove a adoção de estratégias globais para:

1. Aumentar o investimento na agricultura, a fim de desenvolver capacidades científicas e de pesquisa, inovação e extensão;

2. Desenvolvimento eficiente e transparente dos mercados agrícolas;

3. Adotar políticas e arranjos institucionais para a integração da agricultura de pequena e média escala aos mercados;

4. Promover o comércio internacional livre de alimentos;

5. Desenvolver programas de acesso aos alimentos para grupos populacionais vulneráveis;

6. Adaptação da agricultura às mudanças climáticas e a variabilidade do tempo e minimizar os riscos destes fenômenos e à volatilidade dos preços agrícolas; e

7. Reduzir e mitigar os impactos da agricultura sobre o meio ambiente e promover programas de educação em segurança alimentar e nutricional.

Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)
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Parceria com rede de fast food rende aumento de 30% na demanda por angus no Brasil



Segundo informações da Associação Brasileira de Angus, após consolidação de acordo com Mc Donald’s, desafio é exportação

A parceria entre a Associação Brasileira de Angus (ABA) e a rede McDonald's, que lançou hambúrgueres premium com carne angus em novembro de 2011, já rendeu aumento de 30% da demanda por essa carne no Brasil, segundo a entidade. O reconhecimento do selo de qualidade criado pela ABA também segue valorizando o preço do produto. O quilo do boi vivo no Rio Grande do Sul, para onde se estendeu recentemente a distribuição, está em média R$ 3,25 e o programa da associação ainda paga de 4% a 10% a mais do que o valor de mercado para o produtor, dependendo da idade do animal. Após a consolidação da parceria com o McDonald's, conforme a associação, o novo desafio é exportar os cortes certificados.

– O mercado nacional, que só conhecia as carnes importadas da Argentina e do Uruguai como cortes de qualidade, está comprando cada vez mais o angus do Brasil – afirma o proprietário da Cabanha Catanduva e criador de gado da raça, Fábio Gomes.

Desde o início de maio, consumidores gaúchos encontram dois sanduíches feitos com angus na rede de fast food. A ideia, segundo o diretor da rede de fornecimento do McDonald's do Brasil, Celso Cruz, foi unir qualidade e bom preço ao consumidor.

– Pela primeira vez, colocamos no mercado um hambúrguer nobre produzido com carne de angus. O consumidor brasileiro tem tido muito boa receptividade em relação ao produto, incluindo o público gaúcho – aponta.

O diretor do programa carne angus certificada da ABA, Reynaldo Salvador, também se diz satisfeito com os resultados alcançados até o momento. Em 2011, foram certificados quase 200 mil animais no país, contra apenas 20 mil em 2003, quando o programa iniciou.

– De cada cinco terneiros cruzados que nascem no Brasil hoje, quatro tem genética angus – informa Salvador.

Fonte: Zero Hora
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