A instabilidade dos mercados financeiros na Europa e a preocupação com a situação econômica global continuaram alimentando o clima de incertezas e desorientando os operadores de mercado ao redor do mundo.
Os contratos de café na ICE Futures US, a bolsa de Nova Iorque, oscilaram com força no decorrer da semana, acompanhando o humor do mercado financeiro. Como os fundamentos do mercado de café são positivos e irão continuar assim por um longo período, os operadores interessados em baixa lançam mão sempre do mesmo argumento, a safra com volume recorde que o Brasil, maior produtor do mundo, colherá a partir de abril/maio próximo.
Insistimos que se o volume da próxima safra for próximo dos maiores números que circulam no mercado, ao redor dos 55 milhões de sacas, ela será suficiente apenas para as necessidades brasileiras de consumo e exportação de café dentro do próprio ano-safra (julho de 2012 a junho de 2013). Iniciaremos o ano-safra seguinte, de ciclo baixo, praticamente sem café remanescente da safra 2012/2013. Os agrônomos com quem temos contato não acreditam que a próxima safra brasileira chegue a 55 milhões de sacas.
Atrás de novos argumentos para a queda nos preços, alguns operadores voltaram a falar nos estoques brasileiros de café. Os estoques públicos, informados todos os meses no site da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento (www.conab.gov.br), eram de 1 614 583 scs no final do último mês de fevereiro, volume suficiente para pouco mais de um mês de consumo interno brasileiro. A CONAB está finalizando o levantamento dos estoques privados existentes no final deste mês de março.
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, informou que o governo pensa em estocar café este ano como medida para ajudar os cafeicultores (fonte: Bloomberg).
Até o dia 29, os embarques de março estavam em 1.481.657 sacas de café arábica, 65.626 sacas de café conillon, somando 1.547.283 sacas de café verde, mais 191.026 sacas de solúvel, contra 1.645.042 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o dia 29, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 2.185.570 sacas, contra 2.155.996 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 23, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 30, subiu nos contratos para entrega em maio próximo, 370 pontos ou US$ 4,90 (R$ 8,93) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 23 a R$ 429,16/saca e hoje, dia 30, a R$ 439,73/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 600 pontos.
Fonte: Escritório Carvalhaes
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