sexta-feira, 29 de junho de 2012

Preços estimulam produção de feijão em Minas Gerais



A movimentação nas lavouras de Minas Gerais para o plantio da terceira safra de feijão indica que o bom momento do mercado deve impulsionar a produção em 2012. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a colheita total do Estado (três safras) será da ordem de 628 mil toneladas . Com base no acompanhamento realizado pela Emater-MG nas áreas de produção, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) informa que os agricultores estão investindo em tecnologia para aproveitar o cenário favorável do mercado.

De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, a terceira safra de feijão, exclusivamente, deve proporcionar uma colheita de 182 mil toneladas nas lavouras espalhadas em 72,1 mil hectares de Minas. “Esse volume já será suficiente para possibilitar à safra total do Estado um crescimento de 7,7% em relação à registrada no ano passado”.

Unaí, na região Noroeste, lidera a produção de feijão no Estado. São 106,3 mil toneladas/ano, volume equivalente a 39% do total estimado para a região. Segundo a estimativa do IBGE para a terceira safra, o município vai produzir 61,6 mil toneladas. Wilson Rosa, coordenador técnico Estadual de Culturas da Emater, vinculada à Seapa, observa que a área reservada neste estágio da produção para a cultura de feijão em Unaí (23 mil hectares) é bastante expressiva. A produtividade prevista também é alta, porque os produtores do município e região fazem investimentos em boas práticas de cultivo.

Wilson Rosa e Albanez consideram que o principal fator de estímulo para os produtores de feijão, sobretudo nesse período do plantio que se estende até agosto, é o mercado em alta. Os preços do produto variam atualmente de R$ 180,00 a R$ 210,00 o saco de 60 quilos. No mesmo período de 2011, a variação era de R$ 100 a R$ 110,00.

Cenários variados

O superintendente da Seapa explica que cada uma das três safras de feijão no Estado, em 2011/2012, apresenta cenário diferente. “Na primeira safra (215,9 mil toneladas), a produção ficou 3,3% abaixo da registrada no período equivalente do ano anterior, por causa principalmente dos preços pouco atraentes para o produtor. Por isso, houve redução da área plantada. Além disso, os levantamentos evidenciam uma retração dos investimentos em tecnologia indispensável para a boa produtividade”, explica.

Os produtores, diante desse cenário e com a perspectiva de obter melhor remuneração com a soja, transferiram seus investimentos para esse cultivo, pois havia o estímulo das boas vendas no mercado internacional. “O mercado interno da soja também vinha apresentando crescimento sobretudo por causa da demanda da indústria de ração animal, consequência do incremento da produção de suínos, aves e bovinos”, acrescenta Albanez.

Já a segunda safra de feijão nas lavouras do Estado, da ordem de 230 mil toneladas, apresentou crescimento de 28,8% em relação à anterior. Essa progressão, segundo Albanez, já era esperada como consequência da quebra da primeira safra no país (redução de 23% na produção) e aumento do preço do feijão.

Para o superintendente, “esses dados reforçam a possibilidade de aumento do plantio da terceira safra em Minas, e pode ocorrer até a superação das estimativas da safra total do Estado.

Cenário do feijão/2012 em MG
Safra total estimada: 628 mil t 
Noroeste: 274 mil t
Unaí: maior produtor estadual: 106,3 mil t
Cotação/saco 60 kg: R$ 180,00 a R$ 210,00

Fonte: Seapa
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Entrega de fertilizantes cresce 8,5% em 2012



Nos cinco primeiros meses do ano, foram vendidas 9,2 mil toneladas

As entregas de fertilizantes no país entre janeiro e maio deste ano registraram crescimento de 8,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, somando 9,2 mil toneladas, segundo balanço da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

Com isso, as vendas de defensivos acumuladas no período do levantamento atingiram R$ 2,3 bilhões, um acréscimo de 27% em comparação com o mesmo período de 2011. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), os negócios foram impulsionados pelas culturas de cana-de-açúcar, algodão, milho e citros. 

Nos primeiros cinco meses do ano, foram entregues 3,7 mil toneladas de nutrientes (NPK), que representa um avanço de 7% em relação aos mesmos meses de 2011.

O volume de fertilizantes nitrogenados (N) chegou a 1,1 mil toneladas, um aumento de 7,5% em função, principalmente, da maior demanda para as culturas de cana-de-açúcar. algodão, café, milho safrinha e arroz. Já os fertilizantes fosfatados (P2O5) tiveram uma elevação de 11,5% nas entregas deste ano (1,2 mil toneladas), especialmente devido à acelaração das entregas para a safra de verão de soja e milho. Nos fertilizantes potássicos (K2O) houve alta de 2,8% na quantidade vendida, chegando a 1,3 mil toneladas neste ano. 

O Mato Grosso concentrou o maior volume de compras de fertilizantes no período analisado, atingindo 1,8 mil toneladas, seguido de São Paulo (1,4 mil toneladas), Paraná (1,2 mil toneladas) e Minas Gerais (1,0 mil toneladas). 

As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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Agricultura sustentável terá mais de R$ 3 bilhões na safra de 2013



Os agricultores brasileiros terão, a partir da próxima segunda-feira (2), maior disponibilidade de crédito para aderir a práticas mais sustentáveis de produção. Pelo Plano Safra 2013, anunciado nesta quinta-feira (28) pela presidenta Dilma Rousseff, as linhas de crédito do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que incentiva a adoção de boas práticas no campo, terá R$ 3,4 bilhões em recursos para financiamento.

A presidenta Dilma Rousseff disse que a agricultura brasileira mostrou, em números, que é possível compatibilizar crescimento com preservação ambiental, mesmo sendo considerada uma “potência” na produção de alimentos. Segundo ela, a produção do setor cresceu em volume e produtividade, garantindo segurança alimentar, em um cenário de redução de desmatamento.

“Temos hoje, ao contrário dos países desenvolvidos, 60% dos biomas intactos, apesar de sermos a maior potencial agrícola do mundo. Conseguimos crescer na nossa agricultura em 180% e, ao mesmo tempo, ter um crescimento de apenas 32% na área ocupada", disse Dilma.

O Programa ABC foi instituído em 2010, para estimular a adoção de práticas como o plantio direto na palha, que dispensa o revolvimento do solo e evita a erosão com a semeadura direta na palha da cultura anterior; recuperação de pastos degradados, transformando terras desgastadas em áreas produtivas para a produção de alimentos, fibras, carne e florestas; integração lavoura-pecuária-floresta, com alternância de pastagem com agricultura e floresta em uma mesma área; e plantio de florestas comerciais, como eucalipto e pinus.

Outra prática destacada como meta do programa é a fixação biológica de nitrogênio, transformando-o em matéria orgânica para as culturas, o que permite a redução do custo de produção e melhora a fertilidade do solo.

A linha de crédito para viabilizar essas atividades foi lançada neste ano e as operações de tomada do empréstimo encerram-se amanhã (29). Pelo balanço das operações realizadas até a manhã desta quinta-feira, pelo Banco do Brasil, foram firmados mais 3 mil contratos com agricultores de todo o país, totalizando empréstimos de mais de R$ 1 bilhão.

A estimativa inicial do banco, segundo o diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Clênio Severio Teribele, a estimativa inicial era operar até R$ 5,5 milhões. “Atingimos uma marca bastante significativa, com uma distribuição dos créditos em importantes áreas da agropecuária no país”, disse.

Pelas regras que vigoram até amanhã, os agricultores e cooperativas têm limite de financiamento de até R$ 1 milhão por beneficiário, com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de 12 anos. A partir de segunda-feira (2), os agricultores poderão tomar mais R$ 1 milhão em empréstimos, mas com taxa de juros de 5% ao ano.

Segundo ele, estados como São Paulo, Minas Gerais, o Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás concentraram a maior demanda pelo crédito, justificada pela maior presença da atividade agrícola nessas regiões. A maior parte dos agricultores que tomaram o crédito das linhas do Programa ABC está ligada à agricultura de porte empresarial, que já tem as atividades baseadas em metas do programa, como a integração lavoura-pecuária e a rotatividade de culturas.

Do total dos empréstimos, Teribele estima que 16% do crédito do Programa ABC foram destinados à recuperação de áreas de proteção permanente (APPs) nas propriedades rurais. “Toda vez que implantamos tecnicamente o ABC em uma atividade, isso inclui uma complexidade de atividades que contemplam desde a rotação de culturas e integração lavoura-pecuária até a recuperação dessas áreas. Não temos como separar o que foi especificamente para APPs”, explicou.

Fonte: Agência Brasil
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