segunda-feira, 7 de maio de 2012

Brasil poderá superar EUA na exportação de soja



País deve tomar a posição dos norte-americanos de maior exportador mundial da commodity

O Brasil está bem perto de conquistar a posição que historicamente é dos EUA como maior fornecedor de soja no mundo. Dados da FAO indicam que a exportação brasileira vai praticamente se igualar à americana no fim deste ano e que os EUA estão "condenados" a serem superados pelo Brasil já a partir de 2013-2014. Mas a FAO alerta que a produção mundial de soja em 2012 terá uma das quedas mais acentuadas da história e a safra será insuficiente para atender a demanda, em plena expansão nos mercados emergentes.

Fonte: O Estado de São Paulo
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Biotecnologia agrega valor às sementes de milho e soja



Novas cultivares de soja e milho mais resistentes e produtivas são testadas por agricultores brasileiros antes de chegar ao mercado

Segundo maior produtor de transgênicos do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, o Brasil deve cultivar 31,8 milhões de hectares com sementes geneticamente modificadas na safra 2011/2012 – um crescimento de 20,9% em relação à área do ano passado. No caso da soja, a área com OGM atingirá 85,3%. Já no milho, serão 82,9%. Ávidos por novas tecnologias, os agricultores brasileiros se tornaram um mercado tão importante que as grandes multinacionais optaram por lançar suas novas tecnologias aqui. 

Em março, foi realizada, em Goiânia, a colheita de uma nova linhagem de soja transgênica desenvolvida exclusivamente no Brasil. O sojicultor Paulo Roberto Fiatikoski a plantou em sua propriedade no município de Piracanjuba (GO). Denominada Intacta RR2 PRO, está sendo avaliada sob o inclemente clima tropical, no qual os ataques de insetos, como as lagartas-da-soja, não dão trégua às lavouras. 

A Monsanto, que desenvolveu a Intacta, selecionou outros 500 sojicultores de Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná para testar a nova semente. Para Rogério Andrade, responsável pela apresentação do produto no Brasil, o diferencial da Intacta é o potencial produtivo maior. 

“Ela possui ainda tolerância ao glifosato, como outras sementes modificadas.” Rogério continua: “Nós chamamos o advento da Intacta como a segunda onda da biotecnologia”. Segundo o agricultor Paulo Roberto, a produtividade da Intacta realmente superou a da variedade RR, que ele cultiva há vários anos. “Conseguimos excelentes 65,8 sacas por hectare, na comparação com as 55,3 sacas da RR.” Além disso, ressalta, os custos caíram, por conta de não haver, no caso da Intacta, necessidade de combater as lagartas. 

A Dow AgroSciences também apresentou, em Ribeirão Preto (SP), no mês passado, seu novo milho, o PowerCore, que contém cinco genes modificadores. O lançamento do novo produto acontecerá no segundo semestre do ano e colocará o agricultor brasileiro na liderança dessa tecnologia. “Escolhemos o Brasil para fazer o lançamento mundial desse produto por conta da relevância que o país tem como protagonista na produção mundial de alimentos”, disse Rolando Alegria, diretor de sementes, biotecnologia e óleos saudáveis da Dow AgroSciences. 

Hoje, são comercializadas no Brasil sementes transgênicas contendo dois genes modificadores: um tolerante a herbicidas e outro resistente a lagartas. O produto da Dow tem dois genes tolerantes a herbicidas e três genes resistentes a pragas, o que amplia no país o espectro de lagartas combatidas. A estimativa da companhia é que a nova variedade substitua gradativamente a atual (Herculex). Para Ramiro de La Cruz, presidente da Dow no Brasil, a nova tecnologia deve elevar entre 10% e 12% a produtividade das lavouras. 

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Kraft Foods lucra US$ 813 milhões no primeiro trimestre do ano



O lucro da companhia norte-americana de alimentos Kraft Foods subiu 1,8% no primeiro trimestre do ano, impulsionado por preços mais altos que ajudaram a aumentar a receita, embora os custos de insumos também tenham subido, pressionado as margens. A Kraft registrou lucro de US$ 813 milhões no trimestre, mais do que os US$ 799 milhões, obtidos no mesmo período do ano anterior.

A companhia, fabricante do queijo Kraft, das carnes Oscar Mayer e das nozes Planters, foi capaz de elevar com sucesso os preços da maioria de seus alimentos embalados. Nos últimos meses, a Kraft deu continuidade ao processo de redução de custos em marcas mais vendidas e descartou novos produtos, o que compensou parte da fraqueza no mercado de alimentos de modo geral.

Fonte: Agência Estado
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Desenvolver preservando para... preservar o desenvolver


O Código Florestal vem sendo discutido em muitas audiências há anos e foi finalmente aprovado pela sociedade, representada por seu Congresso. Muitos brasileiros e parte da imprensa aproveitaram o momento para contrapor a agricultura com o ambiente, gerando um grave dano à imagem da agricultura e promovendo a discórdia.

O mais recente caso, estimulador deste texto, é o debate editado pelo respeitável jornal Valor Econômico (04/05/12), consolidado por três jornalistas. Explicando ao leitor que não teve acesso ao conteúdo, é feita uma chamada na capa com o título “empresários defendem veto a Código Florestal” e a matéria é um debate de respeitáveis executivos e cientistas com trabalhos na área econômica, social e ambiental, advindos de uma Fundação de preservação de matas, uma empresa de cosméticos, de embalagens cartonadas, uma produtora de papel e uma telefônica, além de um cientista da USP.

Sintetizo minha análise em 4 blocos: as principais proposições vindas deste debate; os principais aprimoramentos necessários às visões; as contribuições à imprensa e as considerações finais.

Entre as principais proposicões, temos interessantes ideias. Destacam-se as oportunidades que se abrem ao Brasil de liderar uma nova pauta da economia verde, do menor carbono, de certificações e pagamentos por serviços ambientais. Levantam a ideia de que é necessário produzir mais com menos recursos, reduzir as perdas  (estimadas em mais de 20% da produção) e acreditam que com gestão a produtividade pode aumentar. Temos que pensar 100 anos à frente.

Também aparecem a importância de se recompor o orçamento da EMBRAPA e de outros órgãos de pesquisa, sair da clivagem “desenvolvimento x sustentabilidade” e “natureza x urbano”. Chamam a atenção para os gargalos de infraestrutura, para a necessidade de incentivos na correção do que foi feito de errado em desmatamento.

Utilizar a Amazônia como uma fonte de riquezas da biodiversidade lembrando do direito de pessoas que vivem nestas regiões terem atividades econômicas e desenvolvimento. Lembram também da necessidade de se votar medida provisória que dá acesso a patrimônio genético, a necessidade de se extrair mais renda da visitação das áreas preservadas, se recuperar mais as áreas degradadas e investir no turismo. Destacam-se também as iniciativas de criação dos corredores de biodiversidade entre áreas de reserva legal e APPs.

A segunda parte deste meu texto são os aprimoramentos de visão necessários, por aparecer, em alguns momentos, um desconhecimento do que é o agro brasileiro. Serão apresentadas aqui as frases colocadas no debate, em itálico, sendo algumas agrupadas, e as minhas observações logo após.

“...O código deixou o Brasil na era medieval...”, “...o texto que foi votado é terrível...”.

Esta visão é parcial. Existem melhorias reconhecidas por cientistas no documento e ele tem benefícios de eliminar uma grave insegurança jurídica que assola as propriedades.

“...A expansão da área agrícola é única solução proposta e não se fala uma palavra de produtividade...”; “...O Brasil vai perder o jogo da produtividade, da tecnologia e da inovação e aí vem a solução fácil: derruba mais um pouco de floresta e aumenta a área plantada...”; “...não precisa derrubar mais nada... tem muita área já derrubada...”.

Estas colocações não estão bem feitas. Os cientistas e agricultores brasileiros vêm lutando ferozmente pelo aumento da produtividade. Enquanto no mundo cai a produtividade, no Brasil ela cresce quase 4% ao ano e 50 milhões de hectares foram poupados graças a este esforço. Também é um equivoco achar que precisamos derrubar mais árvores para expansão da produção. Existe parte dos 200 milhões de hectares de pastagens que podem ser usados para futuras áreas agrícolas.

“...A questão dos alimentos não é de produção, é de escoamento...”.

Sem dúvida há muita perda na logística, mas aqui também existe um desconhecimento do que acontece no mundo asiático e africano que cresce a mais de 6% ao ano. A FAO estima que teremos que dobrar a produção em 30 anos, graças ao aumento da população, urbanização (90 milhões de pessoas por ano vão para as cidades), distribuição de renda, biocombustíveis (nos EUA usam 130 milhões de toneladas de milho) e outros fatores. O Brasil é primordial para isto, dito pela UNCTAD e FAO (ONU).

 “...Vamos para a Rio + 20 com cara de vergonha...”.

Como já escrevi em outros textos, a vergonha dos cientistas e participantes brasileiros na Rio + 20 não será com o Código Florestal, mas sim em explicar ao mundo porque destruímos o combustível renovável mais respeitado, que é o etanol de cana, aqui dentro do Brasil. É a pergunta que me fazem cientistas internacionais.

“...Estamos exportando commodities de baixíssimo valor agregado...”.

Nesta colocação temos um grave equívoco, até uma ofensa aos produtores e industriais brasileiros. Existe enorme conteúdo tecnológico trazido pelos nossos cientistas dentro de um grão de soja, de café, de um litro de etanol, de suco de laranja, de celulose, de açúcar, de carne bovina. Fora isto, estamos cada vez mais exportando comidas prontas e embaladas.

Os termos de troca são cada vez mais favoráveis as commodities. Vivemos a era das commodities, e chamar nossa pauta de baixo valor agregado chega a ser ingênuo.

“...O projeto votado agora vai contra a maioria da população, que não quer hoje o desmatamento, não quer a redução da floresta nas margens dos rios...”; “...tem quatro brasileiros de cada cinco que estão a favor da Presidente para o veto...”.

Eu desconheço estas pesquisas, e também não creio que foi aprovado um Código Florestal que estimula o desmatamento de novas áreas. É uma mensagem errada que está se passando a população. O agro para se desenvolver, não precisa desmatar.

Na terceira parte deste meu texto tenho algumas contribuições a apontar à imprensa. A primeira vai no sentido de, em debates, equilibrar as opiniões. Neste caso, chamar pessoas que acham que o Código Florestal, com todos os seus problemas, representou avanços ao Brasil. Poderiam ter sido convidados representantes da ABAG, do ICONE, da Cooxupé, da Coamo, da Cosan, da Bunge, da BRF, do Congresso (Deputados Aldo Rebello ou Paulo Piau), de Sindicatos de Produtores, de Trabalhadores.

A segunda é que a manchete dada reflete uma generalização de algo que não é generalizável. Uma pessoa que apenas lê “empresários defendem veto a código florestal”, e boa parte do Brasil lê apenas manchetes, é levada a pensar que houve ampla pesquisa quantitativa e que o setor empresarial brasileiro é contra o Código, quando na verdade isto é fruto do debate de apenas 6 pessoas. Isto as vezes acontece na imprensa, um título (manchete) que tenta generalizar algo que não é generalizável. É preciso cuidado nisto.

A ilustração principal da matéria é uma árvore sendo cortada com uma motosserra. Para sermos mais equilibrados, melhor contribuição seria se a matéria tivesse o título de “sugestões de aprimoramentos ao código” e a imagem fosse propositiva, com equilíbrio de produção e lindas matas, e são inúmeras as imagens no Brasil de propriedades agrícolas certificadas internacionalmente. Apresentar uma mortal imagem de árvore com motosserra foi danoso ao agro. É necessário parar com o “ruralistas x ambientalistas”, esta contraposição é danosa ao desenvolvimento equilibrado do Brasil e é estimulada pela própria imprensa.

Como conclusões, por mais que este processo seja criticado, o código foi democraticamente aprovado pela sociedade brasileira e seus representantes, no Senado e na Câmara.

Na minha singela opinião, pressionar a Presidente para vetar este Código é uma afronta à sua pessoa e à democracia. Dizer que é a principal decisão de seu Governo, ou frases do tipo “vou cair da cadeira se a presidente Dilma não vetar” ou “Dilma escreve o nome dela na história de uma maneira ou de outra: com tintas vermelhas ou tintas azuis” não contribuem.

Este código deve ser aprovado e iniciarmos já os debates para uma próxima versão mais moderna e contemporânea, para ser novamente aprovada daqui 5 ou 10 anos. É preciso avançar sempre, debater sempre e respeitar sempre.

Finalizo dizendo que tenho oportunidade de viajar uma vez por semana e fazer pesquisa com produtores e industriais do setor agro em todos os cantos do Brasil. É necessário sairmos dos nossos escritórios seguros e refrigerados dos grandes centros urbanos, ir ao campo e ouvir esta gente. É destas viagens e pesquisas que vêm nossos textos e livros propositivos.

Conversar, principalmente escutar e sentir a luta do nosso produtor contra o arcaico sistema trabalhista, tributário, logístico, ambiental, sua luta contra a taxa de juros, a falta de crédito, o câmbio, as intempéries climáticas, sua luta contra as pragas e doenças e ouvir atentamente os casos de assaltos e violência aterrorizando as famílias do campo.

Lembrar que o jornal Valor do mesmo dia coloca em seu editorial a preocupação com a rápida deterioração da balança comercial brasileira. Vale ressaltar que esta gente da agricultura vai exportar, em 2012, US$ 100 bilhões e importar US$ 20 bilhões, deixando um saldo de US$ 80 bilhões ao Brasil.

Em 2000 exportávamos US$ 20 bilhões no agro. A exportação cresceu 5 vezes em 10 anos. Renomadas revistas mundiais com a Economist, a Time, Chicago Tribune, Le Monde deram enorme destaque e chamaram isto de silenciosa revolução do campo brasileiro. Quem viaja sabe que temos muito poucos setores admirados lá fora, e este é um setor que joga na primeira divisão mundial.

Se o Brasil vai fechar 2012 com um saldo de apenas US$ 15 bilhões, uma conta simples mostra que sem esta gente do campo, a balança brasileira pularia do saldo de US$ 15 bilhões para um deficit de US$ 65 bilhões. Cairia por terra o Real, voltaria a inflação, cairia a arrecadação de impostos e desapareceriam milhares de postos de trabalho. E também precisaremos devolver nossos microcomputadores, tablets, carros, e todos os outros 25% dos produtos que consumimos, que são importados. Vai também faltar dinheiro para usar perfumes, telefones, cadernos, livros e produtos com embalagens cartonadas.

É preciso respeitar quem traz o caixa do Brasil, quem traz a renda do Brasil, que depois é distribuída fartamente em todos os cantos. É injusto associar esta gente a desmatamento, a motosserra, a destruição, com opiniões dadas sem maior fundamento.

O Brasil terá nos próximos 20 anos a maior e melhor agricultura do mundo, trabalhando dia e noite para ser a mais sustentável nos pilares econômico, ambiental e social. O mundo implora ao Brasil para atender à explosão de demanda por alimentos e bioenergia. Podemos tranquilamente exportar US$ 200 bilhões em 2020 e US$ 300 a 400 bilhões em 2030. Vamos deixar esta gente do campo trabalhar e tentar ajudar.

Temos que aumentar a produtividade, plantar em novas áreas de maneira sustentável, investir em pesquisa, ciência e inovação e caminhar para construir esta agricultura, este “agro-ambiental”, com ideias, nos desenvolvendo com preservação e, com isto, preservando nosso desenvolvimento.

O verdadeiro e mais forte “código” será cada vez mais dado pelo mercado consumidor, fortalecido pelas novas mídias sociais e que caminha rapidamente para não aceitar produtos que não obedeçam certificações respeitadas internacionalmente.

Gerar a discórdia e desrespeitar o agricultor, que é quem coloca a comida na mesa e enche o nosso bolso de dinheiro não deve ser um objetivo dos verdadeiros brasileiros.

Autor: Marcos Fava Neves
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Balanço semanal do Café



Durante reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café, representantes do Ministério da Agricultura garantiram R$ 4,450 bilhões do Funcafé e do BB para a estocagem da safra 2012 

Em uma semana mais curta no Brasil devido ao feriado do Dia do Trabalho (1º de maio), participamos da 62ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), na última quinta-feira, dia 03/05.

Na oportunidade, os excelentíssimos secretário de Produção e Agroenergia e diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Gerardo Fontelles e Edilson Alcântara, respectivamente, voltaram a garantir um aporte orçamentário na ordem de R$ 4,450 bilhões para a estocagem da safra 2012 de café do Brasil.

Segundo eles, desse montante R$ 2,450 bilhões (linhas de estocagem, custeio e colheita, FAC e capital de giro para a indústria) são oriundos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e outros R$ 2 bilhões do Banco do Brasil, por meio da exigibilidade bancária.

Ainda na reunião do CDPC, debateu-se o Plano Plurianual 2012-2015 para a cafeicultura. É importante destacar a abertura concedida pelo Governo Federal ao setor privado para que apresentemos, até o próximo dia 15, nossas sugestões e aperfeiçoamentos a esse planejamento. Salientamos, nesse sentido, a excepcional gestão do Ministro e do Secretário Executivo à frente do Mapa, os senhores Mendes Ribeiro e José Carlos Vaz.

O encontro também foi marcado pela apresentação oficial do novo Gerente Geral da Embrapa Café, senhor Gabriel Bartholo, e de seu assessor Lucas Tadeu Ferreira. Ficamos muito satisfeitos com o comprometimento e os objetivos apresentados por eles, principalmente no que diz respeito à retomada das ações do Consórcio Pesquisa Café, gerido por esta unidade da estatal, que ficou um ano parada e que, a partir de agora, pretende desenvolver trabalhos de pesquisas objetivando o aumento da produtividade dentro do princípio da sustentabilidade ambiental, social e econômica, além de destacar a transferência de tecnologia e estimular um maior estreitamento entre as instituições do Consórcio.

Análise de mercado

Em relação ao mercado cafeeiro, tivemos mais uma semana marcada por alta volatilidade e vendas de fundos. Entre a mínima e a máxima verificadas de segunda a sexta-feira, registramos uma movimentação superior a 1.000 pontos, ou quase 6%.

Os produtores praticamente não venderam cafés no mercado físico ou no futuro. Na ausência deles, quem continua oferecendo liquidez nas vendas são os fundos, que mantiveram suas posições vendidas em volume superior a 4 mil contratos (posição short de 4.179 contratos no dia 1º de maio.

Esta exposição nas vendas tem sido acompanhada de rápidas recompras a cada sinal de uma frente fria mais intensa no Brasil, movimento que pode ser aproveitado pelos poucos produtores que ainda tem cafés da safra 2011. Foi o que ocorreu na última quarta-feira (02/05), quando o mercado superou US$ 1,85 no contrato jul/12 da Bolsa de NY e foram vistas algumas vendas acima de R$ 400,00 no físico.

Também colaborou para esta ação a valorização do dólar frente ao real na semana, que encerra os trabalhos desta sexta-feira acima de R$ 1,90. É válido salientar que, com os juros brasileiros sinalizando a possibilidade de permanecerem em movimento descendente, temos um cenário que continua a favorecer o fortalecimento da moeda norte-americana em relação ao real.

Outro dado interessante neste ano é o pequeno volume de vendas futuras feitas pelos produtores, os quais, mais capitalizados do que em safras anteriores e com crédito disponível para financiar a safra, sinalizam não ter interesse em comercializar seus cafés nas bases de preço atuais. Enquanto isso, as exportações brasileiras apresentam forte redução ante 2011, o que deve provocar queda nos estoques dos países consumidores.

Resumindo, o mercado físico assiste uma “queda de braço” entre produtores e indústrias, ao passo que, no mercado futuro, os fundos oferecem liquidez nas vendas, assumindo perigosa exposição.

Neste cenário, os produtores de café que, em sua maioria não necessitam realizar vendas neste momento, possivelmente aguardarão que a insegurança climática provoque recompras dos fundos para fazer vendas em patamares acima dos atuais. A “gangorra” dos preços deve continuar nas próximas semanas.

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Agrishow 2012: negócios superam expectativas mais otimistas



Sucesso é atribuído ao aumento de área ocupada por mais expositores, maior oferta de crédito a juros mais atrativos e qualificação de público

O volume de negócios realizado na 19ª AGRISHOW mais uma vez supera as expectativas. Os expositores não pouparam elogios para demonstrar sua satisfação pelos negócios fechados, pré-venda e relacionamento angariados nos dias de evento. Seus investimentos foram compensados.

“Tivemos a melhor AGRISHOW de todos os tempos. Os números parciais, levantados até as 13 horas desta sexta-feira (04), confirmam o que já sentíamos no dia-a-dia. Nossa expectativa é de superar o valor de R$ 1,7 milhão das vendas de 2011 em 13%, com mais de R$ 2 bilhões em negócios realizados”, informa Maurílio Biagi, presidente da feira. Organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, a AGRISHOW é uma iniciativa da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) em conjunto com a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Rural Brasileira).

O fluxo de visitantes também foi uma agradável surpresa. “A feira já se consolidou como um evento fundamental na agenda dos profissionais, autoridades e empresários do setor, e este ano deve superar todos os recordes de público. Até esta manhã, recebemos 135 mil visitantes”, afirma o diretor da feira, José Danghesi. “Vamos consolidar esse número no final da tarde.”

Só na 13ª Rodada Internacional de Negócios as empresas brasileiras engatilharam mais de 80 negócios, num total superior a US$ 14 milhões, em mais de 400 contatos comerciais com compradores da Rússia, Turquia, Tanzânia, Ucrânia, Nicarágua, Cazaquistão, Romênia e Zimbábue. Mas os negócios com estrangeiros foram fechados também fora da Rodada – um único produtor agrícola do Sudão, na África, comprou 100 toneladas de semente de girassol da Atlântica Sementes, de Curitiba (PR).

Os mais de 600 representantes da mídia brasileira e internacional que fizeram a cobertura jornalística do evento e os cerca de 20 mil profissionais empregados nas mais diversas atividades são mostras da grandiosidade do evento, que essa edição chegou à 400 mil m2 ocupados e 780 marcas expositora, ocupando assim o 3º lugar no ranking mundial das feiras do setor.

Desde a edição passada, a feira está regionalizada por setores: aviação, irrigação, ferramentas, caminhões/ônibus/transbordos, máquinas para construção, agricultura de precisão, armazenagem, pecuária, pneus e automobilístico. “Com a regionalização da planta em áreas que são de interesse do produtor, conseguimos encurtar as distâncias na feira e promover maior integração do comprador com os expositores. Este ano, incluímos as áreas de agricultura de precisão e ferramentas, trazendo para a AGRISHOW tudo que está presente no universo do agricultor. Nenhuma feira do setor tem este conceito”, explica Marilda Meleti, gerente comercial da AGRISHOW.


MÁQUINAS E IMPLEMENTOS

A Jumil relata um crescimento de 35% nas vendas desta edição, em relação ao ano passado. “Cinco dias de evento representam 20% das nossas vendas do ano inteiro. Passaram pelo estande clientes do Norte ao Sul do Brasil, além de compradores da América Latina e da África”, comemora Flavio Trezza, gerente comercial.

A Tatu Marchesan ressalta o contato com compradores estrangeiros e os relacionamentos. “Recebemos clientes de todo o Brasil, América Latina, África, Sudão e Angola. Durante as Rodadas de Negócios, estreitamos contatos com compradores do Leste Europeu e Europa. Em relação à edição de 2011, tivemos um crescimento de 50% no volume de negócios realizados. Isso além do networking com clientes e revendedores é fundamental para manter nossa presença no mercado.”, diz João Carlos Marchesan, diretor superintendente da empresa e vice-presidente da Abimaq.

Pela quinta vez consecutiva na Agrishow, a Saci considera que essa é uma feira que não dá para tirar do calendário. “A cada ano fazemos mais negócios, vendemos 40% mais que no ano passado. Também alavancamos muitos prospects, fizemos contato com possíveis cliente do Paraguai, Bolívia e Índia”, relata o diretor administrativo da empresa, Ronaldo Oliveira Martins.

Para Paulo Beraldi, diretor comercial da Valtra, a Agrishow recebeu neste ano um público ainda mais qualificado. “São pessoas que vêm para fazer negócio. As perspectivas para os próximos meses são muito otimistas, em razão do câmbio e dos programas do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Pró-Trator e do Programa de Sustentação do Investimento”.

“A cada edição a John Deere vem ampliando a linha de produtos e a infraestrutura do estande para atender do pequeno ao grande produtor. Nesta edição foram expostos 82 produtos, com destaque para uma ilha dedicada à cana de açúcar. Apesar da seca em algumas áreas de grãos, tivemos um retorno muito bom dos produtores e concretizamos negócios”, diz Werner Santos, diretor nacional de vendas.

Para Filipe Willers, da área de exportação da Stara, de Não Me Toque (RS), “os contatos foram muito promissores. Estamos com viagem marcada para o Leste Europeu e pretendemos visitar as empresas que encontramos aqui.”

De acordo com Ryan Garizio, da empresa Spring Steel, do Zimbábue, a reunião com a JF Máquinas, de Itapira (SP), foi excelente. “A possibilidade de fecharmos negócios é muito grande”, disse o comprador.

“Fizemos contatos muito bons, foi uma grande oportunidade”, diz Enrique Salazar, da área de exportação da Agrimec, de Santa Maria (RS).

ARMAZENAGEM

A KeplerWeber, que participa da Agrishow pela 15ª vez, não fornece números, mas afirma ter feito um número de vendas superior ao de 2011. “Entre as feiras do segmento esta é, sem dúvida, a melhor do País. Aqui a gente fecha negócios e encontra clientes novos, pessoas de todo o Brasil e compradores estrangeiros, nas rodadas de negócios”, diz o superintendente comercial da empresa, Tadeu Franco Vino.

A GTS, indústria de máquinas e implementos agrícolas, também comemora a participação no evento. O supervisor comercial da regional Sul, Claudecir Zanchetta, explica que as vendas superam em mais de 20% a participação do ano passado.

MUDAS E SEMENTES

Mudas Nobres, empresa de mudas de mogno africano de Goiânia (GO), diz ter alcançado seu objetivo de fortalecer sua presença no mercado e ampliar a área de atuação. Deram início a várias negociações, com o agendamento de visitas técnicas às propriedades rurais para avaliar a viabilidade de investimento no mercado florestal de madeiras nobres – um número bem superior ao de 2011.

Nilton Cézar Rodrigues, coordenador de vendas para SP e MG da Atlântica Sementes, de Curitiba (PR), conta que os contatos realizados na Agrishow rendem o ano inteiro. “Veio aqui gente de todos os estados e de cerca de 40 países, sul-americanos, árabes, africanos, chineses. Só para o Sudão vendemos 100 toneladas de semente de girassol”.

PECUÁRIA

Para Can Kurt, gerente de exportação da Kurtsan, nesta edição da feira as pessoas vieram mais focadas em negócios. “Fizemos bons contatos e recebemos visitantes de países vizinhos. Esperamos ter um bom feed back no pós feira.”
A Cavalos Campolina alcançou resultados bem superiores aos do ano passado. “Nossa movimentação foi excelente. Vendemos os três animais que trouxemos para venda e fizemos contatos para negócios futuros. Jovens e mulheres formam a maioria do nosso público”, diz o expositor Paulo Cesar Maia.

AVIAÇÃO

O diretor de vendas de aeronaves da Líder, Philipe Figueiredo, contabiliza o fechamento de 3 negócios, no valor total de mais de 8 milhões de dólares – um crescimento de 15% em relação às vendas de 2011. “Duas coisas me chamaram a atenção nesta edição: vieram muito mais estrangeiros do que no ano passado, e um grande número de famílias no feriado.”

A TAM Aviação Executiva aponta o aquecimento do mercado de aviação no último bimestre. Recebeu clientes já consolidados e outros que conheceu nesses 5 anos de participação na Agrishow – clientes qualificados, empresários bem sucedidos no agronegócio, que precisam de avião para se deslocar das grandes cidades até suas fazendas e têm interesses em fazer negócio ainda esse ano. Isso, fora as duas reservas de aeronaves que fecharam durante o evento.

Zizo Sola, diretor industrial da Volato, observa que o público visitante foi bem diversificado. “Viemos com o objetivo de divulgar a aeronave Volato 400, que tem um custo bastante acessível. Não fechamos nenhum negócio, mas agendamos 12 visitas para experimentação do avião em nossa fábrica, em Bauru (SP).”

AUTOMOBILÍSTICO E PNEUS

Para a Volkswagen o evento foi excelente, apesar da chuva – principalmente para o lançamento que reservaram para o evento, a picape Amarok, e para a imagem institucional da empresa. Seus principais clientes foram produtores rurais e pessoas jurídicas. A empresa reafirma sua participação na próxima edição.

Também para a Chevrolet a feira foi muito positiva. “Foi ótima, com alto fluxo de pessoas em nosso estande. Fechamos negócio com produtores rurais e frotistas, nosso público de venda direta, e também com outros tipos de consumidor, o que deve gerar novos negócios nos próximos meses. Uma curiosidade foi ver vários filhos de fazendeiros analisando e comprando nossos produtos em nome da família”, observa Edmilson Cabelo, da área de Comunicação.

Para a Titan Pneus, negócios são iniciados e concretizados durante a feira, mas o que ela oferece de mais importante é o relacionamento com clientes e revendedores. Foram fechadas vendas no valor de 10% do que é negociado no mês pelos concessionários de toda a região Sudeste.

AGRICULTURA DE PRECISÃO E IRRIGAÇÃO

Também para as empresas dos setores de Agricultura de Precisão e Irrigação os negócios foram superados em relação à 2011. O balanço geral sai na próxima quarta-feira, 09.

Fonte: Cenário MT
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