Todas as dez plantas que operam no Estado terão uma certificação concedida pela presidente Dilma
O segmento sucroalcooleiro mato-grossense ganhará reconhecimento nacional pelas boas práticas de trabalho no cultivo e no processamento da cana-de-açúcar. No próximo dia 12, no Palácio do Planalto, em Brasília, a certificação será entregue pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff a todas as dez usinas que estão em atividade no Estado, nesta safra. Para o segmento, o selo de reconhecimento coroa um esforço mútuo iniciado ainda em 2009 e poderá ser um cartão de visitas para o comércio exterior, quando a logística local puder escoar o excedente da produção.
o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos, explica que em 2009 empresas e trabalhadores começaram a discutir formas de melhorar as práticas laborais do segmento em todos as frentes que envolvem a atividade. Na ocasião foi celebrado o termo de compromisso, denominado “Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar”, ou, simplesmente, “Compromisso Nacional”, com o propósito de criar cooperação entre os entes privados e públicos para viabilizar conjunto de ações destinadas a aperfeiçoar as condições de trabalho no cultivo manual da cana-de-açúcar, valorizando e disseminando práticas empresariais exemplares. Os acertos foram referendados pela União, após o cumprimento de 30 itens que foram estabelecidos e depois auditados por empresas independentes contratadas pela União.
“Essa conquista do segmento sucroalcooleiro do Estado torna público todo o compromisso que foi assumido e evidencia as mudanças que já sabíamos que estavam acontecendo em cada empresa, empresas essas que inclusive já dispõem de ISO 14000 e 22000. A cana gera ações socioambientais. Fomos pioneiros neste tipo de preocupação e prática”.
A certificação aliada ao recente anúncio de que o governo federal lançará um pacote de medidas que desoneram o segmento, para Santos, surgem como uma espécie de luz no fim do túnel. “Quebra parte da insegurança que existe no setor, seja em nível estadual como nacional, e traz um certo otimismo”. O Sindálcool espera que durante a solenidade que irá agraciar usinas de todo o país a presidente oficialize as medidas e dê detalhes sobre como serão operacionalizadas.
De acordo com informações prévias, o segmento será beneficiado com a redução de impostos cobrados sobre os investimentos para a ampliação da produção do combustível até a retirada de tributos que elevam o preço final do biocombustível vendido nos postos. O plano é reduzir ou até mesmo zerar o PIS/Cofins sobre o etanol.
MATO GROSSO - Para 2012, a perspectiva é de colher 14,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir 850 milhões de litros de etanol e 480 mil toneladas de açúcar. Em Mato Grosso, as dez usinas em atividade geram cerca de 15 mil empregos diretos, a maior média de salários do setor, R$ 1,2 mil e uma receita aos cofres estaduais que em 2012 pode variar entre R$ 180 e R$ 200 milhões, dependendo do comportamento dos preços. No ano passado, o Estado arrecadou R$ 150 milhões em ICMS e no ano anterior (2010), R$ 120 milhões.
Como frisa Santos, além da falta de políticas próprias ao segmento – que na teoria é considerado prioridade e estratégico pela União – e com uma logística deficitária o setor não faz os investimentos necessários e não consegue escoar a comercialização de excedentes anuais para outros estados e até mesmo ao mercado externo. O executivo espera que daqui pra frente haja empenho prático e contundente da União para que o maior dilema do setor mato-grossense caia por terra: não expande a produção – mesmo com área disponíveis - porque não tem logística e não tendo logística os investimentos não vêm, porque não têm volume.
Fonte: Diário de Cuiabá
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