segunda-feira, 14 de maio de 2012

Agronegócio: sem investimentos Brasil poderá disperdiçar oportunidade


O agronegócio brasileiro deve experimentar pelo menos mais uma década positiva. Em meio a um quadro de demanda crescente nos países emergentes, ganhos de produtividade no campo e perspectivas de que os preços das commodities permaneçam em patamares elevados, o Brasil pode ampliar sua participação no tabuleiro global da oferta de alimentos.

O cenário otimista é conhecido e praticamente consensual. Mas a efetivação plena desse quadro não se dará sem que o país enfrente seus gargalos logísticos, institucionais e gerenciais, bem como temas ligados à sustentabilidade social e ambiental. Essas são algumas das conclusões do seminário “Agronegócio do Futuro”, realizado nesta quinta-feira (10) pelo Valor Econômico e pela Bayer CropScience, em São Paulo.

“É a primeira vez que uma visão de fora para dentro estabelece uma meta de crescimento para o país”, afirmou o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, citando a importância dada ao Brasil por um estudo publicado no ano passado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo a instituição, a produção global de alimentos deve crescer 20% até 2020 para fazer frente ao salto da demanda. Nesse quadro, a produção brasileira é a que mais deve avançar, em torno dos 40%.

Para André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, importantes obras de infraestrutura que podem, por exemplo, facilitar o escoamento de soja pela região Norte do país, como o terminal ferroviário de Itiquira (MT), caminham lentamente não mais por falta de recursos, mas pela demora para conseguir as licenças ambientais.

Outra preocupação de Pessôa diz respeito à ausência de médios produtores na nova fronteira agrícola brasileira, a região conhecida como “Mapito”, confluência dos Estados de Maranhão, Piauí e Tocantins. ”O médio produtor é o responsável pela construção das boas cidades”, disse ele, citando o exemplo de municípios do Centro-Oeste, como Lucas do Rio Verde (MT), em que os agricultores ajudaram a dotar a cidade de infraestrutura, alcançando um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.

Fonte: Valor Econômico
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