Apesar do consenso de que a suinocultura brasileira enfrente uma crise, as soluções para amenizar os prejuízos se diferente em cada estado. Em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Mato Grosso, que somados possuem um rebanho de aproximadamente 20 milhões de animais, os representantes do setor buscam alternativas para resolver o impasse.
Em Santa Catarina, por exemplo, cujo estado é dono de um rebanho de 7 milhões de cabeças, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) na comercialização de leitão de até 30 quilos foi uma medida aprovada pelo governo do estado que irá vigorar pelos próximos 30 dias. A solução, que era uma reivindicação da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), é também cobrada pelos produtores de Mato Grosso.
Atualmente, mais de 70 municípios da região oeste de Santa Catarina, onde se concentram 80% dos suinocultores do estado - responsáveis por 25% da produção nacional - decretaram situação de emergência em decorrência da crise que afeta o setor. Segundo a ACCS, as perdas já somam R$ 1 bilhão no estado e sua principal causa reside no custo da alimentação com o farelo de soja, e o preço de venda do quilo animal.
De acordo com o diretor da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, os suinocultores mato-grossense pedem ainda a prorrogação da dívida do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e a subvenção do governo federal, entre R$ 0,40 e R$ 0,70, para compensar o custo de produção com o preço pago no mercado ao produtor.
Mas, no Paraná, os suinocultores acreditam que a isenção do ICMS para a venda do suíno interestadual irá fazer pressão sobre os preços. "Quem irá ganhar serão as indústrias que irão pagar o preço mais baixo para o produtor. O suinocultor continuará perdendo", enfatiza o presidente Associação Paranaense de Suinocultores, Carlos Francisco Geesdorf. Ele afirma que, apesar da crise, as soluções devem ser diferenciadas. "O nosso grande problema é o custo de produção. Recebemos em média R$ 2,80 /kg para um custo de R$ 2,40/kg". Para ele, a subvenção no custo de produção é uma solicitação do setor que pode remediar a crise.
Apesar das diferentes alternativas para caos na suinocultura brasileira, o setor é unanime em afirmar que há necessidade de medidas rápidas. "Muito se tem falado, mas pouco está sendo feito na prática", conta o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.
Conforme ele, os produtores gaúchos esperam mais do governo federal. Por enquanto, os suinocultores conquistaram a prorrogação das dívidas de custeio vencidas, ou com vencimento até janeiro de 2013. Já as parcelas de investimento serão adiadas por um ano após o vencimento da última mensalidade.
De acordo com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para a retenção de matrizes por produtores independentes, o Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 aumentou o valor limite de R$ 1,2 milhão por produtor para R$ 2 milhões, com prazo de pagamento mantido em até dois anos e juros de 5,5% ao ano.
Também foi disponibilizada uma linha especial de crédito para compradores de suínos vivos a R$ 2 o quilo. O setor terá uma linha de crédito para financiamentos fora do sistema bancário, contraídos em cooperativas, cerealistas, fornecedores de insumos e tradings (empresas de comércio exterior).
Fonte: Agrodebate
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