segunda-feira, 26 de março de 2012

Suinocultura vive pior crise no MT




Um dos motivos é a excassez de milho para a ração, apesar da safra recorde no estado

Apesar de Mato Grosso bater mais um recorde na produção de milho - com estimativa de 11 milhões de toneladas para esta segunda safra - o setor da suinocultura vive uma de suas piores crises justamente pela falta do grão que representa 70% da ração destinada para a engorda de suínos. O diretor Executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues de Castro Júnior, faz um histórico para explicar o motivo pelo qual o setor chegou a este ponto. Segundo ele, voltando ao início de 2010, houve uma expectativa muito grande por parte dos produtores em função da abertura de novos mercados, o que fez com que uma quantidade muito grande de carne suína fosse colocada no mercado. Contudo, veio o embargo Russo e complicou a situação. O fazer com o produto?

Em 2011, o mercado começou a reagir e houve um leve aumento no preço da carne e nas importações, foi quando os problemas com o milho começaram a se acirrar. Naquele ano, Mato Grosso batia recorde na produção do insumo, porém, dos 750 milhões de toneladas de milho produzidas, 70% já estavam comprometidas com outros
mercados. O que significa que apenas 30% ficou no Estado para suprir todas as necessidades, tanto de  suinocultores, como criadores de aves, entre outros. Isso fez o custo da produção começar a aumentar, problema que volta a acontecer agora. Das 11 milhões de toneladas do milho da segunda safra 2011/2012, que ainda nem foi colhida, 60% já estão vendidos para fora de Mato Grosso. “Desde o final de 2010 os preços vêm caindo. Em junho daquele ano, aconteceu o embargo, com um custo de produção grande, além dos custos relacionados aos tributos. Outro problema é a distância dos centros produtores”.

Conforme declara Custódio, os produtores reivindicam ao governo do Estado isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e que os preços cobrados pelas licenças ambientais sejam
reduzidos. Segundo ele, o setor precisa de medidas emergenciais para reverter a situação de crise através de medidas que garantissem também um preço mínimo. Já faz um tempo, os produtores mato-grossenses estão comercializando o suíno com preço abaixo do custo de produção - gasta-se cerca de R$ 2,00 por quilo, enquanto a carne é comercializada a R$ 1,75.

O produtor Luiz Salles, que tem cerca de 1.300 matrizes em sua propriedade, em Rondonópolis (212 Km de Cuiabá), diz que seu prejuízo por animal gira em torno de R$ 0,20 centavos. “Se o governo não nos ajudar e criar alternativas para os suinocultores, garantindo o preço mínimo, por exemplo, não vejo um 2012 diferente do ano passado, quando trabalhamos no vermelho praticamente o ano inteiro, com grande prejuízos”. De acordo com levantamento preliminar das entidades representativas a alteração na política tributária de Mato Grosso aumentará os custos em R$ 1,1 bilhão dos setores produtivos agrícola, pecuário e industrial.

Fonte: Gazeta Digital
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