quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alimentação do gado deve ser suplementada durante estações frias



Produtores podem usar cana-de-açúcar ou feno para substituir pasto

As precipitações e as temperaturas próximas da média neste outono têm sido boas para o produtor de leite e carne. Mesmo assim, é preciso suplementar a alimentação do gado para atenuar a queda da produtividade. O alerta é do pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) José Lançanova. “Nesse período o pasto fica ‘ralo’, falta comida para o gado pela própria redução da produção da forragem de verão”, explica o especialista. 

O pasto supre boa parte das necessidades do animal no período de outubro, no final de abril, mas depois dessa época ele começa a escassear. “O produtor tem que contornar a situação com comida no cocho, um volumoso, que pode ser cana-de-açúcar, silagem ou feno”, explica o pesquisador. Ele diz que a escolha deve levar em conta os fatores regionais e os objetivos do produtor. “Para a produção de leite é necessário uma quantidade maior de ração e uma silagem para fazer o balanceamento da dieta. Novilhas exigem menos alimentos”, reforça. 

Em relação às diferenças de regiões do estado do Paraná, Lançanova acredita que a cana é uma boa opção para o Norte e Noroeste, em virtude da presença de usinas e canaviais. “É preciso acrescentar ureia e sulfato de amônia para elevar o teor de nitrogênio na cana. Ela tem apenas 2% de proteína. Quando coloca esses outros componentes, você eleva esse nutriente para 7%”. Já para o Centro-Sul, é possível ter pastagens no inverno, como aveia e azevém. Ainda assim não dá para dispensar a suplementação. “A aveia tem 15% em média de matéria seca e muita água. É preciso dar um volumoso e complementar com horas de pastejo, que varia de acordo com a disponibilidade de alimento”, esclarece. 

Prevenção 

José Cripa, produtor em Francisco Alves, a 70 quilômetros de Umuarama, Noroeste do estado do Paraná, adotou a silagem para passar os seis meses de outono e inverno e acredita que sobrem 10 carretas. Cripa tem dois alqueires, onde 27 vacas produzem 270 litros por dia, média que pretende aumentar com o volumoso que produziu durante o verão. De abril a setembro, ele alimenta o gado apenas com silagem, porque o pasto cresce muito pouco. “A silagem é um pouco cara, mas pior que isso é ver o gado sem comida”, resume. 

O certo, segundo Cripa, é se preparar com muita antecedência. No final de agosto do ano passado ele plantou milho e sorgo para garantir o alimento para os animais. “Quando a gente tá saindo do inverno já tem que pensar no outro”, orienta. 

A realidade de muitas propriedades do Noroeste do estado mudou depois que o Iapar, em parceria com a Emater e prefeituras, realizou projeto de transferência de tecnologia. A experiência deu certo e alguns deles criaram a Cooperativa dos Produtores de Leite de Entre Rios (Coopeler). Com isso, foi possível ter assistência técnica de um veterinário e um agrônomo para aplicar as recomendações da pesquisa agronômica no dia a dia das propriedades.

Para maiores informações visite: revistagloborural.globo.com

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